O Governo Lula e a política de formação docente

A investigação ora proposta dá continuidade a trabalhos já desenvolvidos que tematizam o campo das políticas públicas para a educação, particularmente as destinadas à formação docente. A América Latina e o Caribe sofreram mudanças de caráter econômico e social que puseram em causa a organização capitalista tal como existira até pelo menos início dos anos de 1980, quando a reestruturação produtiva passou a ser seu modo privilegiado de organização. Em razão desse fato, foram desencadeados mecanismos de reconversão profissional para a adaptação do trabalhador ao novo ordenamento. Esse movimento de natureza econômica e social, durante os anos de 1990, foi acompanhado de reformas, com destaque para a educação. Nesse âmbito, as políticas de formação docente, no Brasil, foram finalizadas com a Resolução 01/06 do CNE, que instituiu novas diretrizes curriculares para o Curso de Pedagogia. De outro lado, outro movimento importante vem sendo realizado, qual seja, o de constituição da Rede Kipus de formação docente, ligada à UNESCO, vocacionada à difusão, na região, de conteúdos educacionais e políticos que operem uma ressignificação na educação pela intervenção nas instituições de formação docente em nível superior. O que se propõe, pois, para investigação é a verificação de como esses três elementos se relacionam. Ou seja, tomando o projeto de reconversão profissional articuladamente ao de formação docente no Brasil, levantamos a hipótese de que as estratégias de preparo do professor podem ser compreendidas como uma expressão da reconversão do magistério na região. O que se pretende, portanto, é verificar que forças intelectuais e políticas estão disputando a alma do pedagogo e como o projeto de ressignificação da educação rebate sobre a formação do professor instando-o a uma reconversão que mais do que reconverter seus espaços e funções , procura reconverter sua alma.

Coordenador: Olinda Evangelista

Integrantes: Suze Scalcon; Jocemara Triches.